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Terça-feira, 29 de Janeiro de 2008

In The Vault I

 


Entre 1993 e 1998 realizei um programa numa rádio local em que passava toda a música que me motivava e impressionava. Muitas dessas canções perderam-se no tempo e passaram a ter outros significados, mas é raro conseguir ser indiferente a elas quando as ouço vindas do nada. Hoje, numa coincidência YouTubesca, encontrei um desses temas que tanto passei. Chama-se "Stars" e pertence aos HUM, uma espécie de reflexo condicionado dos Smashing Pumpkins. Nada sei sobre esta banda, não tenho nenhum disco deles sequer. Tive contacto com ele através das colectâneas da CMJ, uma revista americana que um amigo tinha assinado e que oferecia cds com os artistas alternativos do momento.

E de repente fui transportado mais de 10 anos no tempo, ainda sei a letra de cor e tudo. E a sensação dessa altura volta também um bocado, volto a estar dentro daquela sala com os auscultadores no máximo a abanar levemente a cabeça.
davidfonseca às 04:05
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On The Road: Guarda



Ao terceiro concerto da tour, mais surpresas me aguardavam num espectáculo de casa cheia. O frio da Guarda não foi o suficiente para acalmar os ânimos dos presentes e a festa foi constante do princípio ao fim do concerto. Já muito melhor da pseudo-gripe que me atingiu uma semana antes, houve lugar para quase tudo durante aquelas quase duas horas de espectáculo.



A certa altura, sem saber muito bem como, da minha garganta saíam as palavras de "Space Oddity". Toquei-a por breves segundos e não a larguei mais durante o resto da noite.

2 horas antes, a luz falhava dentro de uma loja de artigos chineses no centro da Guarda enquanto segurava um robe castanho com a letra "T" bordada. Comprei o robe e vesti-o no backstage antes do concerto começar.


2 horas depois, estou deitado na cama do hotel e começo a pensar que o robe poderia ser dele. Do Major Tom.



O filme da semana, "The Fountain" de Darren Aronofsky. Nos primeiros 15 minutos do filme temi pelo pior, pensei que a praga new-age tivesse tomado conta do homem...mas não. Redime-se muito rapidamente num filme sobre a morte e a vida, uma reflexão que vale a pena absorver.



Para estômagos fortes, uma explosão de originalidade e estranheza. "Taxidermia" está num escalão só dele, uma história familiar em três gerações num universo surrealista e inesperado. Prossigam, mas com cautela.
davidfonseca às 02:01
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Terça-feira, 22 de Janeiro de 2008

On The Road: Gouveia




O meu calafrio nocturno revelou-se numa espécie de gripe que começou a galopar logo pela manhã. A voz nasalada tomou conta de mim, qual duende vindo da pesca num dia frio. Nada mau para o segundo dia de tourné!



Chegámos a Gouveia e fizémos novo ensaio de som, desta vez mais curto. O cine-teatro é  um edifício lindíssimo e não resisti a dar uma volta pelas escadas principais e espreitar algumas das suas salas interiores.

A hora do espectáculo chegou e, depois de alguns fármacos anti-gripe, tudo correu pelo melhor. Algumas mudanças no alinhamento, novos elementos gráficos e musicais, sala esgotada, a segunda noite foi incrível.



Aqui fica uma imagem do espectáculo da Rita na primeira parte. Não tinha ninguém a abrir um espectáculo meu há muito tempo e já me tinha esquecido como é boa a sensação de poder ver um pouco da acção ao lado do palco. Numa só noite consigo estar dentro e fora do concerto, espectador e músico. Noites cheias.

 


Sempre que vou em tour, tento ver um filme nos tempos mortos e nas insónias mais acentuadas. Tento assim apanhar tudo o que perdi nas salas, o que me recomendam e o que quero rever. Desta vez foi "Notes On A Scandal"(2006) que me acompanhou, a destacar pela interpretação fabulosa de Judi Dench.

Próxima paragem: Guarda.
davidfonseca às 01:36
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On The Road: Paredes de Coura



A digressão 2008 começou da melhor forma, dois espectáculos esgotados e algumas novidades no alinhamento. Chegámos cedo a Paredes de Coura e fizémos um ensaio mais extenso que o habitual, tínhamos alguns pormenores a acertar e a Rita estreava a primeira parte. Havia algum frenesim no ar, não fosse este o primeiro espectáculo da digressão.

Correu tudo muito bem, foi um início em cheio com um público muito caloroso. No final debatiam-se os erros e vitórias, os detalhes do espectáculo, as revisões a fazer. Era já tarde quando cheguei ao meu quarto e tirei estas fotos:



2 copos ao espelho.





As flores na cortina da banheira.





O nome mais incrível de sempre para um sabonete.

Quando me deitei, senti um pequeno calafrio. Visto que a emoção do palco já tinha desaparecido, temi que estivesse a ficar doente. Fechei os olhos e dormi sobre o assunto.
davidfonseca às 00:47
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Terça-feira, 15 de Janeiro de 2008

Stop Me If You Think You’ve Heard This One Before III

 


Richard Swift "Kisses For The Misses" - Se houve uma terrível injustiça musical no ano de 2007 foi o facto do sr. Swift não se tornar uma vedeta do panorama alternativo mundial. E se alguma vez tiverem a oportunidade de o ver ao vivo, não falhem. É qualquer coisa de extraordinário.




Electric Soft Parade "If That's The Case, Then I Don't Know" - Não sei como veio este disco parar-me às mãos, acho que ouvi este tema num blog de alguém ou algo assim. Fiquei imediatamente viciado nos sons desta dupla de irmãos que fazem ainda parte da superbanda Brakes. Pena os discos anteriores serem muito abaixo do incrível "No Need To Be Downhearted" e que este videoclip seja um dos piores que vi em 2007.
 





Yeah Yeah Yeahs "Down Boy" - De todas as bandas na senda do pós-punk, os YYY estão muito acima da média, cada vez mais fraca e cheia de fórmulas banais e repetitivas. Este tema foi lançado no EP "Is Is" e entrou em rotação imediata em todas as colunas disponíveis aqui em casa. Obrigatório em qualquer festa caseira mal iluminada.
davidfonseca às 10:37
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Quinta-feira, 10 de Janeiro de 2008

Stop Me If You Think You’ve Heard This One Before II

Hoje, 3 canções esmagadoras de 2007.



Ryan Adams "Two" - Acho sempre os discos deste senhor altamente irregulares, com muitos altos e baixos mas, quando são altos, são em toda a sua glória. Eis um desses momentos em 2007, uma das músicas mais bonitas do ano.

 

Arcade Fire "Ocean of Noise" - Quando o 2º disco dos Arcade Fire saiu, o mar de disparates que banha alguma crítica musical teve uma subida acentuada, com perigos de afogamento e tudo...a expectativa que o disco de estreia causou era muita e, depois de tantos elogios e subidas ao púlpito, esperava-se que a banda fizesse um milagre na sua segunda tentativa. Em vez disso, trouxeram um dos melhores discos do ano, o que não parecia suficiente para quem esperava que as montanhas começassem a mexer em direcção a Maomé. Escolhi uma das músicas que mais ouvi do disco, aqui com um vídeo caseiro feito por um fã.



Feist "How My Heart Behaves" - Gostei do disco anterior da Feist, mas foi com "The Reminder" que me conquistou completamente. E se apenas houvesse esta canção no disco, já teria sido suficiente. Canta ela a certa altura:

"The cold heart will burst
If mistrusted first
And a calm heart will break
when given a shake"

É exactamente isso.
davidfonseca às 02:25
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Quarta-feira, 9 de Janeiro de 2008

Stop Me If You Think You’ve Heard This One Before* I

Não gosto muito de tops musicais de final de ano, talvez porque não seja possível colocar ordem de importância nas sensações e memórias que cada som nos trouxe...
Sendo assim, aqui ficam algumas canções que, pelas melhores ou piores razões, fizeram o estrago de 2007. Sem ordem nem regra.




Mother Mother  "Touch Up" - Esta canção rodou em repeat no meu carro durante muitas e muitas viagens, há qualquer coisa de B-52's e Pixies infiltrados nesta sequência inesperada de acordes que me fez decorar o tema inteiro. Pena o resto do disco não ser tão divertido.




St. Vincent "Jesus Saves, I Spend" - Conheci a Annie Clark (AKA St Vincent) no South by Southwest, o tal festival no Texas. Já tinha ouvido a música dela através do MySpace e resolvi ver como seria ao vivo...Adorei o espectáculo que deu naquela noite, um misto de fragilidade e fúria, uma mistura difícil de descodificar que ainda aumentou mais a minha curiosidade musical. No final do ano lá apareceu o disco, um dos mais cativantes que ouvi em 2007.




Au Revoir Simone "Sad Song"  - As Au Revoir Simone foram a última banda que vi no festival. No final de tantos dias de guitarras, aparecem estas 3 raparigas munidas de teclados a disparar tardes de Verão cheias de melancolia e nostalgia. Mais um tema em repeat no meu carro durante os milhares de Km de 2007.

*The Smiths
davidfonseca às 01:54
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Terça-feira, 8 de Janeiro de 2008

Nothing Sounds As Good As "I Remember That" - XIII




A última foto desta sequência de autênticos souvenirs do ano que passou foi tirada a 8 de Dezembro de 2007 em Braga, praticamente 24 horas depois da foto anterior em Loulé. Depois de um showcase na Fnac, conheci estas 3 raparigas que, devido ao evento dessa noite, usavam estas t-shirts feitas por uma delas. A alegria delas era contagiante e não quis ir embora sem registar esta imagem, talvez porque me mostre o quão transversal é toda a música: da balada melancólica do Elton John, passando por um videoclip com uma performance inusitada, aterrando em forma de foguetão do Tintin numa T-shirt em Braga.
davidfonseca às 01:47
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Segunda-feira, 7 de Janeiro de 2008

Nothing Sounds As Good As "I Remember That" - XII




(clica na foto para ampliar)


A 7 de Dezembro de 2007 toquei no Cine-Teatro de Loulé para uma casa cheia. Apesar de gostar muito de tocar ao ar livre, existe algo de verdadeiramente encantador nas pequenas salas que povoam o nosso país. Talvez seja por isso que insista sempre em fazer uma tour por todas as salas possíveis sempre que lanço um disco, uma maneira de experimentar as novas canções com o público mesmo ali ao lado. Toda a tour em 2007 foi incrível, mal posso esperar que recomece tudo de novo em 2008!
davidfonseca às 02:42
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Domingo, 6 de Janeiro de 2008

Nothing Sounds As Good As "I Remember That" - XI




Quarto de Hotel, Novembro de 2007.
davidfonseca às 03:33
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Sábado, 5 de Janeiro de 2008

Nothing Sounds As Good As "I Remember That" - X



(clica para ampliar a foto)


A 21 de Novembro de 2007 fui convidado para tocar num evento de apoio à selecção nacional no Porto. Disseram-me que iria tocar num palco diferente, o topo de um autocarro desenhado para o efeito, mas a chuva que caiu nessa noite (e que quase cancelou o concerto) fez do nosso ensaio muito mais do que diferente. Ainda hoje quando olho para esta montagem, não deixo de pensar que estamos a realizar uma performance estranha num outro planeta, uma festa privada numa Factory Warholiana. A chuva fez um intervalo para a realização do concerto e, na última música, voltou com toda a força que tinha.
davidfonseca às 03:27
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Sexta-feira, 4 de Janeiro de 2008

Nothing Sounds As Good As "I Remember That" - IX




Foto tirada durante uma reportagem a propósito da promoção de "Dreams In Colour" em Novembro de 2007.
davidfonseca às 03:18
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Quinta-feira, 3 de Janeiro de 2008

Nothing Sounds As Good As "I Remember That" - VIII




De todos os vídeos que já fiz, o vídeo para a versão de Elton John, "Rocket Man", foi o mais arriscado de todos. Por mais estranho que pareça, foi também o mais rápido a idealizar e produzir, demorando apenas uma semana entre a ideia e o produto final. Soube desde o início que seria um vídeo pouco consensual, talvez porque se distanciava do universo do videoclip para se aproximar da ideia da performance sem grande aparato técnico. Aquilo que pretendi foi construir uma série de cenários/quadros que se fossem destruindo (ou construindo) à medida que a canção avançava, uma transformação drástica num único plano voyeur. Acabei por ser o protagonista desta transformação e, acima de tudo, mais do que o playback exacto ou uma montagem MTViana, interessava-me a dificuldade desse protagonista, o que lhe acontece e como reage a isso. Não fizémos um segundo take porque queria que a minha cara retivesse o elemento surpresa de cada sensação que ocorreu naqueles minutos, um misto de emoções por baixo de todas aquelas cores e consistências.



Lembro-me do silêncio no final da gravação, uma certa estupefacção por termos prosseguido com uma ideia tão deliciosamente absurda mas que, no dia 8 de Novembro de 2007, se tornou definitivamente uma realidade.

davidfonseca às 02:18
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Quarta-feira, 2 de Janeiro de 2008

Nothing Sounds As Good As "I Remember That" - VII




Depois de semanas em estúdio (o caseiro e o profissional), o álbum "Dreams In Colour" ficou pronto no final de Agosto de 2007. Demorou cerca de um mês para ter o disco na mão, entre fábrica, design, fotos, tudo o que é preciso para que ele exista. Na data do lançamento, foram várias as actividades promocionais em que estive envolvido e o dia foi um daqueles que parecem conter mais 2 ou 3 dias lá dentro. Acordei às 6h30 da manhã e depois de entrevistas em directo, diferido, fotos, televisões e outras coisas que nem me lembro, dei um pequeno concerto em directo para a rádio com estas pessoas à minha frente, vencedores de um concurso para este efeito.
Nunca retenho muito dos dias de lançamento dos discos, são sempre dias de correria e azáfama divertida, mas raramente descontraída. O que retenho do dia de lançamento do "Dreams In Colour" foi a conversa pausada que tive com as pessoas desta foto. No final do pequeno concerto, sentámo-nos no chão do estúdio e falámos durante algum tempo sobre as mais variadas coisas. E pela primeira vez em muitas horas, uma rara descontracção tomou conta de mim naquele dia de 8 de Outubro de 2007.

PS- Um Feliz 2008 a todos os que seguem este blog!
davidfonseca às 02:17
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