E foi com muita turbulência e alarido que esta digressão passou pelo norte: Vila Nova de Cerveira, Esposende e Penafiel, grandes noites de emoção e rock 'n' roll. Quase que houve tempo para tudo, desde objectos inusitados atirados para o palco, falhas de energia abruptas (que desta vez calaram o concerto de vez ao 2º encore), jantares em Vigo e passeios longos de táxi, uma passagem relâmpago pela noite de Caminha com música do Zé Pedro, o visionamento de uma notável obra cinematográfica e muita aventura sonora no palco. Obrigado a todos os que lá estiveram e fizeram a festa connosco!
A cereja no topo do bolo, um Casio que comprei num armazém chinês em Valença. Podia até nem dizer as horas, mas tem uma luz verde que aquece as noites mais frias e que me remete para um tempo perdido. Para ser mais precioso, só se tivesse calculadora!
Este barco segue viagem para a Bidoeira (25 AGO), Grândola (27 AGO), Corroios (29 AGO) e Angra do Heroísmo (31 AGO), quem entra a bordo?
Deixo-vos com a canção da semana, musa para os nossos dias e noites.
Depois de um concerto muito especial com o Camané e Mário Laginha (onde acabei por dar voz a alguns dos meus temas preferidos de sempre), regressei à minha estrada pessoal para mais duas surpresas desta digressão: Batalha e Malveira.
A todos os que lá estiveram, um grande obrigado por tamanha manifestação e festa. Quando a electricidade fez das suas e desligou todo o equipamento durante um tema no 2º encore, o público da Malveira cantou por nós e fez-se ouvir de forma incrível. É por coisas destas que vale sempre a pena!
Chegado a casa, tento pôr o sono em dia e recuperar as energias dispersas por esse país fora. Sento-me e vagueio pelos canais de televisão, leio jornais de há 3 dias atrás, faço planos para os dias futuros e olho para o ecrã deste computador. Penso no que fez começar tudo isto, nas canções, nos primeiros acordes de cada ideia, nas palavras que surgiram no isolamento da minha sala. É incrível como tudo isto passa de um extremo para outro, da descoberta pessoal para a festa suprema, noite após noite.
A próxima etapa está mesmo aqui: Vila Nova de Cerveira (19 AGO), Esposende (21 AGO) e Penafiel (22 AGO), quem segue este comboio?
Entretanto, a televisão continua ligada na MTV2 e passa esta canção. Sou catapultado para o passado a uma velocidade vertiginosa, a sensação de outros verões muito mais quentes que este, a repetição absurda de todo este disco a toda a hora e em todo o lugar. Uma das canções mais bonitas de sempre num álbum que marcou tantas gerações.
"...and you can make it last, forever you"
E volta tudo outra vez durante estes 4:09 minutos, como se a canção conseguisse guardar uma coisa que já fugiu há muito. E agora vou procurar o disco em questão e dar uma volta ao quarteirão do passado.
Não tenho de chegar ao fim da digressão para eleger desde já o concerto do Festival do Sudoeste como um dos pontos mais incríveis desta longa caminhada. O ambiente de um evento deste tipo é sempre fabuloso e transforma todas as hipóteses em momentos festivos e marcantes. Desde a dança pululante de "Superstars" até à poeira por cima de uma multidão sem fim à vista em "The 80's", tudo contribuiu para que esta noite fosse especial. Obrigado a todos por tamanha festa, foi uma honra poder fazer parte desta celebração musical!
Dias antes, fazia-se a festa em Setúbal e Oleiros. Um dia depois, era a vez de Ansião. Tenho sido sempre surpreendido em cada sítio onde vou e torna-se mais concreta a razão pela qual escolhi ser músico: pisar um palco e pôr cá para fora o que me vai na alma é, muito provavelmente, uma das coisas que mais gosto de fazer. Nem sempre é fácil ou pacífico (especialmente por conter sempre tantos dados imensamente pessoais), mas parece-me sempre acertado o facto de estar ali no meio de tantos decibéis a tentar acertar nos sons e nas palavras.
A estrada continua e nós vamos segui-la com fervor, pormenores e datas AQUI.
Começa hoje uma das temporadas mais agitadas da tour "Dreams In Colour", um Agosto onde vou estar em muitos sítios e muitos palcos. Nunca será ao mesmo tempo, com muita pena minha, mas ando a estudar e a trabalhar a ideia da omnipresência...pode ser que para o ano eu consiga dar 3 concertos de uma só vez em locais distintos e longínquos.
Na semana passada, quando fazia a minha mala para os Açores, resolvi deixar a máquina fotográfica digital em casa e recuperar essa coisa do passado que ainda usa filmes dos antigos a que alguns chamam de máquinas analógicas. Por essa razão, é provável que este blog não tenha muitas imagens nos próximos tempos, o processo de as fazer chegar aqui é mais lento e requer alguma paciência.
É por isso que, na ausência de mais material, vos deixo com uma das bandas deste verão e que têm tocado nos meus ouvidos a toda a hora pelos caminhos de Portugal. Senhoras e senhores, do frio da Suécia, os ENVELOPES!!
Volto já com as aventuras e desventuras da minha maior digressão de sempre!