Richard Swift"Kisses For The Misses" - Se houve uma terrível injustiça musical no ano de 2007 foi o facto do sr. Swift não se tornar uma vedeta do panorama alternativo mundial. E se alguma vez tiverem a oportunidade de o ver ao vivo, não falhem. É qualquer coisa de extraordinário.
Ryan Adams"Two" - Acho sempre os discos deste senhor altamente irregulares, com muitos altos e baixos mas, quando são altos, são em toda a sua glória. Eis um desses momentos em 2007, uma das músicas mais bonitas do ano.
Arcade Fire"Ocean of Noise" - Quando o 2º disco dos Arcade Fire saiu, o mar de disparates que banha alguma crítica musical teve uma subida acentuada, com perigos de afogamento e tudo...a expectativa que o disco de estreia causou era muita e, depois de tantos elogios e subidas ao púlpito, esperava-se que a banda fizesse um milagre na sua segunda tentativa. Em vez disso, trouxeram um dos melhores discos do ano, o que não parecia suficiente para quem esperava que as montanhas começassem a mexer em direcção a Maomé. Escolhi uma das músicas que mais ouvi do disco, aqui com um vídeo caseiro feito por um fã.
Feist"How My Heart Behaves" - Gostei do disco anterior da Feist, mas foi com "The Reminder" que me conquistou completamente. E se apenas houvesse esta canção no disco, já teria sido suficiente. Canta ela a certa altura:
Não gosto muito de tops musicais de final de ano, talvez porque não seja possível colocar ordem de importância nas sensações e memórias que cada som nos trouxe... Sendo assim, aqui ficam algumas canções que, pelas melhores ou piores razões, fizeram o estrago de 2007. Sem ordem nem regra.
Mother Mother"Touch Up" - Esta canção rodou em repeat no meu carro durante muitas e muitas viagens, há qualquer coisa de B-52's e Pixies infiltrados nesta sequência inesperada de acordes que me fez decorar o tema inteiro. Pena o resto do disco não ser tão divertido.
St. Vincent "Jesus Saves, I Spend" - Conheci a Annie Clark (AKA St Vincent) no South by Southwest, o tal festival no Texas. Já tinha ouvido a música dela através do MySpace e resolvi ver como seria ao vivo...Adorei o espectáculo que deu naquela noite, um misto de fragilidade e fúria, uma mistura difícil de descodificar que ainda aumentou mais a minha curiosidade musical. No final do ano lá apareceu o disco, um dos mais cativantes que ouvi em 2007.
Au Revoir Simone"Sad Song" - As Au Revoir Simone foram a última banda que vi no festival. No final de tantos dias de guitarras, aparecem estas 3 raparigas munidas de teclados a disparar tardes de Verão cheias de melancolia e nostalgia. Mais um tema em repeat no meu carro durante os milhares de Km de 2007.
A última foto desta sequência de autênticos souvenirs do ano que passou foi tirada a 8 de Dezembro de 2007 em Braga, praticamente 24 horas depois da foto anterior em Loulé. Depois de um showcase na Fnac, conheci estas 3 raparigas que, devido ao evento dessa noite, usavam estas t-shirts feitas por uma delas. A alegria delas era contagiante e não quis ir embora sem registar esta imagem, talvez porque me mostre o quão transversal é toda a música: da balada melancólica do Elton John, passando por um videoclip com uma performance inusitada, aterrando em forma de foguetão do Tintin numa T-shirt em Braga.
A 7 de Dezembro de 2007 toquei no Cine-Teatro de Loulé para uma casa cheia. Apesar de gostar muito de tocar ao ar livre, existe algo de verdadeiramente encantador nas pequenas salas que povoam o nosso país. Talvez seja por isso que insista sempre em fazer uma tour por todas as salas possíveis sempre que lanço um disco, uma maneira de experimentar as novas canções com o público mesmo ali ao lado. Toda a tour em 2007 foi incrível, mal posso esperar que recomece tudo de novo em 2008!
A 21 de Novembro de 2007 fui convidado para tocar num evento de apoio à selecção nacional no Porto. Disseram-me que iria tocar num palco diferente, o topo de um autocarro desenhado para o efeito, mas a chuva que caiu nessa noite (e que quase cancelou o concerto) fez do nosso ensaio muito mais do que diferente. Ainda hoje quando olho para esta montagem, não deixo de pensar que estamos a realizar uma performance estranha num outro planeta, uma festa privada numa Factory Warholiana. A chuva fez um intervalo para a realização do concerto e, na última música, voltou com toda a força que tinha.